El Pípila, Guanajuato. |
As ruas estreitas de pedra, as casas coloniais coloridas da descida à cidade lembravam o Pelourinho brasileiro. Lá embaixo, uma multidão tentava passear pelas ruas do centro, onde está a igreja com o ruidoso sino que entoava todos os dias a partir das seis da manhã para chamar os fiéis à missa. Nós, os turistas pecadores, nos remexíamos na cama tentando abafar as campanadas com o travesseiro. Porém, antes dessas campanadas, o sono nos abençoou sem sobressaltos, enquanto a capital mexicana, pela quarta vez este ano, tremia novamente. Soube do tremor ao acordar e checar as redes sociais. Agradeci a Guanajuato pela noite tranquila.
Guanajuato, vista do mirante El Pípila. |
E falando em tremores, após os dois tremores que senti na capital, sentia estranhas tonturas e devido a qualquer movimento, fosse da cadeira onde me sentava, um pouco bamba, fosse do colchão macio da minha cama, meu coração acelerava e a cabeça andava às rodas. Soube, em artigos da Internet, que os tremores deixam uma sensação de tontura por até 40 dias após sua manifestação. Conto os dias para que a tontura passe, para que não tenha mais medo do chão, para que possa enfim aproveitar o meu colchão e ter uma noite tranquila, como aquela de Guanajuato. Aqui na capital, sem as campanadas da igreja para me despertar às seis da manhã, mas com o carro do comprador de ferros que entoa todas as manhãs a gravação de uma voz estridente de menina: "se compran tambores, refrigeradores, estufas lavadoras, microondas o algo de fierro viejo que vendaaaaaa".